Embora numa proporção bem menor, as fabricantes de autoveículos continuam sentindo o impacto da falta de componentes, que atinge a indústria automobilística desde meados de 2021.
No Brasil essa falta de componentes, aliada com a restrição de crédito, fez com que a indústria automobilística crescesse menos que o esperado no primeiro bimestre do ano, registrando um aumento de apenas 0,8% sobre o mesmo período de 2022.
Esse crescimento tímido também tem ligação com o fechamento provisório de algumas fábricas em durante o mês de fevereiro, algumas pela falta de semicondutores, outras para ajustes na linha de montagem.
Indústria automobilística: confira o desempenho do segmento no 1º bimestre de 2023
“Apesar de estar alinhado como as nossas projeções de volumes para 2023, o desempenho do primeiro bimestre, limitado pelas condições de crédito e oferta de suprimentos, reforça a necessidade de promover o reaquecimento do mercado e as cadeias locais de produção”, afirmou Márcio de Lima Leite, Presidente da ANFAVEA, durante o anúncio mensal das estatísticas da indústria automobilística.
O crescimento na média diária de vendas de autoveículos durante o mês de fevereiro contribuiu para o saldo positivo bimestral. Com 7,2 mil unidades/dia, ficou 11% acima das 6,5 mil/dia em janeiro. Com isso, o primeiro bimestre deste ano teve 272,8 mil emplacamentos, 5,4% a mais que neste período de 2022.
Ainda não é motivo para o mercado ficar em alerta, mas as exportações, que vêm sendo destaque positivo nos últimos meses, tiveram um leve recuo no primeiro bimestre na comparação com o início do ano passado.
Foram 67,4 mil unidades exportadas, queda de 2,6% quando comparada com as 69,2 mil unidades de 2022. A receita gerada com essas exportações cresceu 28,5%, o que é explicado por um mix de embarque formado por modelos de maior valor agregado, como caminhões e ônibus.
Estratégias da Becomex impulsionam o mercado automotivo
Uma boa alternativa para o segmento seguir buscando resultados positivos é o uso inteligente dos benefícios concedidos pelo governo. De acordo com um levantamento feito pela Becomex, apesar de 70% do setor automotivo já fazerem uso dos principais incentivos disponíveis, este mercado usufrui de, em média, 43% deles.
Atuando estrategicamente com mais de 200 fornecedores da cadeia e 23 montadoras, a Becomex vem ampliando os resultados positivos, contabilizando mais de R$4 bilhões de redução de custos e mais de R$5 bilhões de redução de carga tributária para o mercado automotivo.
Marcos Gonzalez – diretor responável pelo segmento automotivo da Becomex