Antes de saber o que o governo busca com oBloco K, vamos entender o conceito dessa nova obrigação do SPED, lançada em 2015 e com um calendário de entregas já definido até 2018. O Sistema Público de Escrituração Digital mostra a movimentação mensal da empresa ao governo. Assim, todas as informações contábeis e fiscais devem estar neste sistema. A partir desses dados, o governo faz as análises dos dados com o intuito de identificar possíveis falhas nas movimentações que estão afetando os tributos recolhidos pelas empresas.
O que o Bloco K traz de novo?
A novidade está no controle sobre a industrialização, ou seja, sobre a transformação que a empresa faz nos insumos que compra. O Bloco K quer responder à pergunta: o que a empresa está fazendo com o material adquirido? Quanto deste insumo foi utilizado, o que produziu e o que ficou no estoque? Essas perguntas requerem uma análise cuidadosa dos processos de transformações, que variam de acordo com o segmento da empresa.
Saiba mais no artigo do consultor Murilo Ramos sobre o Bloco K.
Afinal, o que o governo pretende com isso?
Com as informações do Bloco K, o governo consegue controlar dados de produção e de estoque, algo ainda pouco validado pelos sistemas já existentes e motivo de sonegações. No Bloco K serão informados:
– Os produtos produzidos e suas quantidades;
– O consumo de todos os insumos utilizados no processo de produção;
– O consumo dos materiais intermediários (diretos) utilizados no processo produtivo. Exemplo: lubrificantes para as máquinas;
– A posição dos saldos da empresa em poder de terceiros;
– A posição dos saldos de terceiros em poder da empresa;
– A posição do estoque no final de cada mês.
Fique atento às entregas
O Bloco K está chegando aos poucos nas empresas. Mas todas de médio e grande porte serão obrigadas a cumprir essa nova exigência. Muitas empresas estão se perguntando se já estão na lista das obrigadas a fornecer os dados do Bloco K. Há uma lista de CNPJs disponível no diário oficial da união e é dever da empresa buscar essa informação. O calendário de entregas tem início em Jan/2016, conforme cronograma:
– Janeiro de 2016: indústrias que faturaram mais de R$ 300 milhões em 2014;
– Janeiro de 2017: indústrias com faturamento superior a R$ 78 milhões em 2015;
– Janeiro de 2018: demais indústrias.
Que tal algumas recomendações?
Assista ao vídeo sobre Como se preparar para o Bloco K e não gerar exposições indevidas.
– O livro Bloco K é adaptável às operações de vários tipos de empresas, portanto, ele também será exigido de empresas com produções sob encomenda ou engenheiradas, que não possuem padrões de insumos ou de produtos acabados;
– Crie método para controlar as operações de terceiros, pois o Bloco K exige a escrituração de remessas e retornos;
– Se a sua empresa utiliza benefícios fiscais, como Drawback e Reintegra, fique ainda mais atento à qualidade de informações prestadas ao Bloco K. Dados não validados ou controversos podem impactar os benefícios.
É comum as empresas encararem as obrigações acessórias como entraves produtivos ou central de custos. No entanto, as validações automatizadas dos sistemas do governo já são realidade e cabe a cada companhia rever seus processos de apuração de dados, com foco no compliance. Com a casa em ordem e perfeito domínio das regras do SPED, é possível driblar os obstáculos e garantir a qualidade de dados. Confira nosso post sobre boas práticas das obrigações acessórias e acompanhe nossos posts sobre Bloco K.
Tem alguma dúvida sobre Bloco K? Entre em contato com a equipe Becomex.
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