Com entrega prevista para 30 de setembro de 2015, a escrituração contábil fiscal (ECF) já virou uma dor de cabeça para muitos setores fiscais. Diferentemente da escrituração contábil digital (ECD), gerada todo ano com as informações contábeis do ERP, a ECF exigirá um alto nível de detalhamento e formato diferenciado das informações de origem contábil e fiscal para apuração do Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).
Com equipes cada vez mais enxutas, há muitos desafios para as empresas cumprirem essa nova obrigação acessória do SPED ECF. Confira alguns deles neste post.
Não é só uma mudança de formato
Não se engane: a principal dor das empresas não é a mudança de formato proposta pela escrituração contábil fiscal, mas o seu nível de detalhamento. O que antes era feito por meio de uma digitação simplificado na DIPJ, no qual a equipe fiscal apenas digitava dados resumidos, agora é um arquivo eletrônico que realiza o cruzamento de dados contábeis com total rastreabilidade.
O que as empresas estão entregando ao governo até o dia 30 de setembro são informações retroativas a 2014. Ou seja, é preciso resgatar as apurações mensais dos impostos diretos e traduzir para o novo formato.
Importante destacar que com a escrituração contábil fiscal é a Receita que apura os números, a partir das contas contábeis disponibilizadas pelas empresas.
O ERP não está pronto
Os sistemas tradicionais de gestão empresarial ainda não estão adequados à nova prática do governo. É preciso rever o modelo de contabilização para indicar ao SPED exatamente o que a ECF quer. Um exemplo comum desta lacuna nos sistemas corporativos são as aberturas contábeis necessárias, buscando segregar lançamentos dedutíveis e não dedutíveis.
Sendo assim, como as empresas estão preparando seus planos de contas para terem essas aberturas de informações?
ECD é a chave para a gestão
Uma das principais inovações da ECF é a recuperação de dados da escrituração contábil digital. A nova ferramenta da Receita irá utilizar essas informações para compor também o Bloco C, que recupera dados do Plano de Contas do contribuinte, Saldos Contábeis ao longo do ano-calendário, entre outros. Diante disso, podemos afirmar que uma ECD completa e com informações de qualidade é a chave para o sucesso da geração da escrituração contábil fiscal.
O cruzamento e a rastreabilidade de dados entre ECD e ECF comprovam a importância de se estar emcompliance. Ao abrir os detalhes de contabilização, a empresa precisa estar com a casa em ordem para não aumentar seu nível de exposição. Ou seja, a conta tem que fechar!
Não deixe para última hora!
Diante das peculiaridades da ECF, a recomendação é: preocupe-se com o fechamento contábil mês a mês. Faça a apuração de dados de uma forma correta e aposte na automação de sistemas para gerar informações confiáveis.
Não se esqueça que o sucesso de uma boa gestão fiscal é a união entre ferramentas e capacitação. Incorporar essa nova função à rotina da equipe é uma tarefa complicada, que requer o estudo de melhores práticas contábeis, incluindo o diagnóstico de operação da empresa, métodos de apuração de dados e adequação das informações ao novo layout e regras do governo.
É evidente que as empresas precisam dedicar desde já um tempo extra para o entendimento daescrituração contábil fiscal como um novo modelo operacional. A ECF requer ajustes contábeis, revisão de processos mensais de apurações de impostos diretos e compliance.
Precisamos aproveitar esse momento de novas obrigações e exigências legais para trazer a apuração mensal de impostos diretos a um novo patamar de gestão. Buscar rastreabilidade, segurança e praticidade à rotina da ECF é a garantia de que todos os resultados obtidos estarão alinhados com o governo.
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