De acordo com o balanço Anfavea de janeiro, no geral, o setor automotivo começa bem neste ano, mas agora enfrentando dois problemas complexos: o primeiro é a falta de insumos que prejudica a produção e, consequentemente, as vendas. E o segundo é de imagem, com a recente decisão de duas montadoras de encerrarem produção no Brasil, governo e sociedade pressionam todo o segmento.
Analisando-se a performance e as perspectivas, nota-se que tudo indica, caso não ocorra nenhum tropeço social ou político, que essa será uma década promissora de crescimento sustentável do setor no País.
Segundo o balanço Anfavea de janeiro, o ano batendo em quase 200 mil unidades produzidas (precisamente 199,7 mil veículos montados de acordo com dados da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), montante 4,2% superior a janeiro do ano passado, quando a Covid-19, ao menos oficialmente, não havia chegado ao País e só se falava de alguns casos na China.
Esse janeiro começou também com as exportações aquecidas com 25 mil unidades “made in Brazil” ganhando outros mercados. O número é bem positivo e mostra que a indústria nacional vem conquistando bom status no exterior. Só para efeito de comparação, em janeiro passado foram exportadas 20,5 mil unidades. E em dezembro do ano passado exportamos quase 39 mil veículos. Esses indicadores demonstram, inequivocamente, que carros produzidos no Brasil têm prestígio em mercados latino-americanos.
Não fosse a falta de peças e insumos, é possível que, neste janeiro, o mercado interno absorveria mais veículos. Há pedidos, mas faltam carros prontos. Com a parada forçada em função da Covid-19, e ainda agora, mesmo com demanda, com produção reduzida em toda cadeia, não é possível dar conta dos pedidos.
A despeito dos problemas, 2021 tem alta capacidade de ser um ano de acertos e transformações para um momento positivo e prolongado de bons ventos no setor automotivo.
Com a população imune ao coronavírus teremos outra forte pressão no consumo global. Há demanda represada em todos os setores. E quando abrirem as comportas do consumo livre, o setor automotivo vai ser impactado imediatamente, com o dobro de força nos veículos comerciais (os que, efetivamente, entregam mercadorias tanto para comerciantes como, também, para consumidores finais).
Contudo, a partir do balanço Anfavea de janeiro, concluímos que apesar de um ciclo virtuoso que vem se desenhando para o setor no Brasil nos próximos anos, é preciso urgente ação para tornar toda a cadeia automotiva ainda mais eficiente e altamente competitiva, especialmente no mercado exterior. Taxas, tributos e incentivos ainda causam entraves e grandes confusões no setor.
A Becomex tem as ferramentas e a experiência necessária para reduzir significativamente o “Custo Brasil” que pesa sobre todos os elos da cadeia automotiva nacional.
*Marcos Gonzalez – Diretor do Segmento Automotivo Becomex