O Mover, programa de Mobilidade Verde e Inovação lançado pelo governo federal no final de 2023, tem como um dos principais objetivos fomentar a descarbonização de toda a cadeia automobilística brasileira. Com um orçamento de R$ 19,3 bilhões em créditos financeiros disponíveis até 2028, a maior iniciativa da história do segmento se apresenta como um marco na evolução da indústria automotiva.
Até o momento, com menos de um ano de operação, 132 empresas já foram habilitadas, das quais 104 são fabricantes de autopeças. Esse volume é significativo quando comparado ao ciclo anterior do programa automotivo, o Rota 2030, que habilitou cerca de 90 empresas ao longo de cinco anos, incluindo uma média de 60 a 70 fornecedores.
Benefícios na mesa: créditos disponíveis até 2028
Embora a adesão seja expressiva, ainda há grande potencial a ser explorado, especialmente com a nova rodada de recursos de R$ 3,8 bilhões prevista para 2025, conforme a Lei nº 14.902 de junho de 2024.
Duas razões principais justificam a maior presença de empresas no Mover. A primeira é a exigência de um investimento menor em P&D em relação à receita, particularmente para fornecedores. A segunda é a flexibilidade para utilização do benefício através de créditos financeiros, que podem ser compensados com tributos federais e entrarem diretamente no EBITDA. Outra vantagem relevante diz respeito à possibilidade de inclusão de projetos que permitem transferir linhas de produção usadas de outros países, elevando o índice de nacionalização. Esse recurso é especialmente estratégico para fabricantes de autopeças. A título de exemplo, com o Mover, uma linha descontinuada em países focados na produção de veículos elétricos pode ser transferida para o Brasil, onde a demanda por híbridos é mais expressiva, aproveitando os benefícios do programa.
Pontos de destaque: Rio Grande do Sul e ABC Paulista
Apesar da adesão expressiva, algumas regiões enfrentam desafios específicos. Composto por sete cidades, o ABC Paulista, que já foi conhecido como a “Detroit brasileira”, possui apenas 10 empresas habilitadas, representando menos de 8% do total de participantes do Mover. Esse número reflete uma participação abaixo do esperado para uma região historicamente tão relevante para o setor automotivo.
Por outro lado, como mostra a imagem acima, surpreende positivamente o número de habilitações das empresas do Rio Grande do Sul, especialmente em um ano tão afetado pelas tragédias climáticas. A adesão significativa reforça o potencial competitivo da região, mesmo em meio aos inúmeros percalços.
Quando consideramos o potencial do segmento automotivo no Brasil, verificamos que apesar da maior adesão ao Mover comparado ao Rota 2030, ainda existe muito espaço para evolução, já que o setor conta com cerca de 600 autopeças e mais de 20 montadoras.
Mover: um mar de oportunidades
2025 é logo ali. Aproveite o final de ano para se planejar e garantir a sua adesão ao Mover para um novo ano com mais tecnologia, competitividade e sustentabilidade.
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Denys Cabral – Head de inovação automotiva da Becomex