A ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou os números da indústria automotiva referentes ao mês de abril e o acumulado do primeiro quadrimestre e o resultado das exportações contrastou com os de produção e vendas de autoveículos.
Foram 27,3 mil unidades exportadas, o que representa uma queda de 16,4% em relação a março. O resultado do quadrimestre apresentou uma queda ainda maior, de 26% inferior ao do primeiro quadrimestre de 2023 com as 109,6 unidades exportadas.
Segundo a ANFAVEA, a operação-padrão do Ibama – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis, que desde janeiro vem represando a liberação de licenças ambientais para veículos importados, também tem prejudicado as exportações na medida em que afeta a logística das rotas comerciais.
É notório que é preciso melhorar a eficiência econômica de todos os elos produtivos da indústria automotiva, seja com a redução de custos, com a monetização de créditos tributários na operação direta e indireta, ou ambos. Com o impulsionamento do aproveitamento dos créditos tributários, aliado ao uso de tecnologia de ponta, é possível proporcionar fluidez de caixa.
Balanço da indústria automotiva: produção e vendas têm patamares elevados
O mês de abril fechou em alta no volume de vendas e produção de autoveículos, seguindo a tendência do ritmo de recuperação do mercado brasileiro. Foram produzidas 222,1 mil unidades, melhor resultado desde agosto do ano passado, período em que as vendas estavam elevadas em função do programa de descontos oferecido pelo Governo Federal.
Com esse avanço no mês de abril, a produção acumulada no quadrimestre chegou a 760,1 mil unidades, 6,3% acima do mesmo período de 2023. Na comparação com março, a produção subiu 13,5%. Já contra abril de 2023, a elevação foi de 24,2%.
As vendas internas em abril atingiram a marca de 220,8 mil autoveículos, alta de 17,6% sobre o mês anterior e de 37,4% sobre abril do ano passado. O acumulado do ano é de 735 mil unidades, volume 16,3% superior ao dos quatro primeiros meses de 2023.
Como comparação dos bons resultados até aqui, no ano passado, a indústria automotiva só ultrapassou as 220 mil unidades emplacadas em julho, com estímulo do governo, e dezembro, tradicionalmente o mês mais aquecido de cada ano.
Para Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, abril foi um mês bastante animador, sobretudo pela alta na produção, que começa a se beneficiar do aquecimento do mercado interno, mesmo com a elevada presença de produtos importados.
“Esperamos manter esse ritmo nos próximos meses, mas temos pela frente alguns pontos de alerta, como a redução do ritmo de queda dos juros e os efeitos da calamidade no Rio Grande do Sul, que já estão afetando fábricas de veículos, máquinas agrícolas e de importantes componentes usados por toda a cadeia automotiva”, ressaltou o presidente.
Caminhões e ônibus
No segmento de caminhões, a produção em abril foi de 11,7 mil unidades, crescimento de 3,8% em relação a março de 2024 e 60,7% em comparação com abril de 2023. No acumulado de janeiro a abril de 2024, o setor registrou um aumento de 29,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Nos emplacamentos, o crescimento foi de 8,8% em relação a março, e de 37,5% em comparação a abril 2023. O acumulado dos primeiros quatro meses de 2024 mostra um aumento tímido de 2,2% em comparação com o mesmo período de 2023.
Já nos ônibus, a produção cresceu 72,5% sobre o mesmo mês de 2023, alcançando 2,8 mil unidades. No ano, foram produzidas 9,3 mil unidades, crescimento de 64,8% sobre o primeiro quadrimestre do ano passado. Já os emplacamentos somaram 1,7 mil em abril, crescimento de 23,2% maior do que o vendido em igual mês do ano passado, mas no acumulado do ano apresentam queda de 23,5%.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex