Nas empresas de alta performance, a gestão estratégica tributária tem se mostrado uma ferramenta extremamente relevante na gestão financeira e econômica da atividade empresarial.
A complexidade da estrutura tributária brasileira impacta fortemente a competitividade nos negócios e exige atuação mais estratégica dessa área nas empresas.
Com a finalidade de atender as demandas das inúmeras obrigações tributárias que surgem a cada dia e também aumentar a competitividade das empresas a partir da melhor gestão de tributos, está cada vez mais imprescindível a utilização da Inteligência Fiscal.
Sim é possível conciliar os dois objetivos: governança tributária e estratégias dos negócios. É por meio da Inteligência Fiscal que as empresas têm buscado transformar essa área em algo muito além de simplesmente reguladora. Hoje a gestão estratégica dos tributos é um diferencial competitivo das empresas.
Mesmo diante de um cenário onde as equipes estão trabalhando com suas capacidades acima do limite para atender a legislação, a Inteligência Fiscal passa a ser fundamental. Essa ferramenta de gestão busca realizar, a partir do conhecimento de uma ponta a outra da empresa, comunicação entre suas diversas áreas para redução de contingências e otimização de incentivos fiscais e créditos tributários gerados ao longo do processo produtivo ou de prestação de serviço.
É nesse fluxo da informação entre as áreas de uma empresa que está o segredo da melhor gestão, inclusive fiscal.
Esse conceito, sob a ótica de Inteligência Fiscal, significa unir todas as pontas do negócio, desde a cotação de uma compra até o fechamento de uma venda.
Chamamos de Inteligência Fiscal a habilidade para reunir e interpretar as informações que estão pulverizadas por toda empresa.
O escritor e professor da École Supérieure des Affaires da Universidade de Grenoble, França, Humbert Lesca, aponta que o caminho para a melhor gestão de um negócio é buscar informações em todos os fatores externos e internos para conseguir chegar no melhor e mais eficiente modelo. São peças de um quebra-cabeça que quando completo resultam na Inteligência Fiscal.
Essa capacidade de entender o negócio, as especificidades do ramo de atuação da empresa e adequar tudo isso à legislação brasileira vigente é o diferencial do profissional da área de tributos de hoje em dia. Isso tudo, quando aliado a análise de grandes dados, por meio da tecnologia, resulta em conhecimento de alto valor agregado. Essa é nossa grande mudança.
Já não é mais possível ser o “guarda livros” É preciso saber promover a interação entre as áreas para alcançar o objetivo comum. Colocar as pessoas certas da empresa na mesa de decisões.
O know-how e o conhecimento técnico já não são o diferencial. São a base do trabalho. Diferencial é a habilidade para interligar as áreas e buscar um objetivo que seja comum a todos.
Essa é a grande transição que os profissionais da área tributária estão precisando rever. Assumir um novo papel. Muito mais estratégico que operacional, muito mais político que técnico.
Agora, mais que nunca, fazemos parte das questões estratégicas da empresa. Para isso, a busca de informações sobre o setor que atuamos coloca a área em ponto de vantagem, pois teremos a visão mais privilegiada de todo o negócio e saberemos identificar oportunidades que contribuem com os negócios.
O profissional dessa área acaba de sair de uma atuação focada nas atualizações das leis e seu cumprimento para saber exatamente como funciona todas as etapas do seu negócio (políticas de comercial, de finanças, de compras, etc.) e como é impactado por todas as informações que o cercam. Esse é o caminho que possibilita atuar com muito mais previsibilidade, agilidade e segurança.
Enfim, quando a área fiscal consegue juntar conhecimento explícito (técnico), dados ocultos (informações específicas do seu negócio), dados externos (câmbio, mercados, economia, etc.), dados internos da empresa (adquiridos por meio do aumento da comunicação promovida entre as diversas área) e, finalmente, conhecimento tácito (o conhecimento do dia-a-dia) precisa encontrar um parceiro que possa estruturar tudo isso num formato bem interpretado e analisado, de acordo com a realidade do seu negócio.
Somente aí o quebra-cabeça está montado. Também é somente aí que a área tributária das empresas deixa de ser um “mal necessário” para ser tornar o “bem necessário”, encurtador de caminhos entre como sua empresa é vista e como ela opera.
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