Sabemos que aderir ao regime de Drawback com segurança é um desafio para as organizações. É preciso dominar as regras das modalidades de Drawback, compreender o segmento de atuação da empresa, estudar previsões de mercado. Tudo isso com o apoio de equipes especializadas, especialmente, das que conseguem unir automação de processos e compliance.
Contrapondo essa premissa ao dia a dia das exportadoras, torna-se inviável manter uma equipe dedicada e capacitada exclusivamente para o gerenciamento de benefícios fiscais de exportação e tributos. Também não é possível maximizar ganhos e confiar totalmente em um sistema informatizado, quando o volume de documentos é grande e as decisões variam entre os níveis operacional, tático e estratégico.
Neste cenário, surge a importância de se trabalhar em conjunto com uma consultoria. Compartilho a experiência bem-sucedida em regime de Drawback vivenciada pela Becomex e pelo cliente Faurecia.
A Faurecia é uma fornecedora global de equipamentos automotivos com sede na França e subsidiária em diversos países, entre eles, o Brasil. Seu desafio era tornar-se mais competitiva no atual cenário econômico, por meio da diminuição dos seus custos de fabricação. Isso foi possível com a implementação e acompanhamento contínuo do regime de Drawback Direto e Drawback Intermediário.
Regime de Drawback: pioneirismo na relação com fornecedores
De uma forma pioneira, com a utilização do Drawback Intermediário, a Faurecia está desonerando os tributos fiscais das peças para a cadeia produtiva na qual está envolvida. Ganha a Faurecia, na condição de fornecedor, por oferecer produtos mais competitivos e seus clientes, montadoras de automóveis, por adquirirem itens mais baratos e se destacarem no mercado internacional.
Antes deste trabalho em conjunto com a Becomex, a Faurecia não fazia Drawback, porém via um cenário favorável para iniciar o processo. Para Helton Duarte, gerente de comércio exterior da empresa, a grande dificuldade da companhia era integrar os setores de logística, engenharia, comércio exterior e tributário para criar uma equipe interna de gerenciamento de benefícios. Era preciso capacitar os colaboradores e dividir suas funções para fazer o controle de processos.
A visão do cliente. Os atos concessórios de Drawback Intermediário só foram possíveis com o suporte oferecido pela Becomex, desde a integração da equipe interna, passando pelos principais conceitos do regime, dificuldades e resultados. Por envolver a cadeia produtiva, esta modalidade de regime de Drawback engloba informações confidenciais do fornecedor e do cliente. Por isso, além de uma relação de confiança entre as partes, torna-se indispensável o papel neutro de uma consultoria especializada.
No caso da Faurecia, foram necessárias muitas análises e negociações até a obtenção do deferimento inicial do ato concessório pelos órgãos anuentes: cruzamento de informações, análise das estruturas de produto e projeção de exportações e importações entre as partes. Esta modalidade é prevista legalmente, porém, pouco difundida no mercado.
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Importância da consultoria na gestão do regime de Drawback
Por que este trabalho com a Faurecia foi tão importante? Com o Drawback Intermediário aplicado na cadeia de fornecimento, é possível reduzir o custo produtivo da rede de fornecedores e melhor a competitividade de forma global. Assim, o pioneirismo da Faurecia trouxe uma evolução ao Drawback, que só foi possível pelo conhecimento da Becomex em sua regulamentação.
A experiência bem-sucedida no regime de Drawback Direto também teve grande respaldo para a Faurecia buscar novas modalidades de benefício. O trabalho em Drawback Direto abrange parte das peças importadas usadas nos produtos enviados para sua subsidiária na Argentina. O primeiro ato concessório teve ganho de R$ 3 milhões, que representam 50% do valor de itens que a empresa importou. A previsão, até o final de 2016, é alcançar R$ 4 milhões em reduções de impostos. Esses valores são ainda mais expressivos ao considerarmos o cenário econômico atual. Ou seja, o potencial de ganho do cliente é ainda maior.
A construção de um case na gestão de regime de Drawback só é possível por meio de uma relação de confiança e transparência entre as partes e a consultoria envolvida. No caso da Faurecia, o gerente de comércio exterior da companhia garante que o resultado conquistado com o Drawback – 98% de aproveitamento do benefício fiscal em 2014 – deu a segurança necessária para a Faurecia dar passos maiores.
O trabalho da Becomex neste caso é mais do que uma consultoria pontual para maximizar o ganhos, pois existe o acompanhamento e gestão do uso do benefício mês a mês, além do monitoramento dos números de importações e exportações. Para a Faurecia, esse fluxo de trabalho é fundamental, pois prepara a equipe interna para tomada de decisões de forma rápida e amparada pela nova rotina de compliance implementada pela consultoria. A consequência, além dos ganhos já citados, é a evolução do gerenciamento de benefícios dentro da Faurecia, que agora conta com tecnologia para gestão e equipe capacitada.
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