Repetindo o que foi feito no final de fevereiro, a ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores apresentou numa coletiva exclusiva os números do primeiro quadrimestre de 2024 de venda e exportação das máquinas rodoviárias e agrícolas.
O destaque negativo dos números, assim como vem acontecendo com os autoveículos, ficou com as exportações, que apresentaram quedas significativas, tanto para máquinas rodoviárias como para as máquinas de uso agrícola.
No balanço do quadrimestre da ANFAVEA, as exportações de máquinas rodoviárias, que incluem tratores de esteira, retroescavadeiras, pás carregadeiras, escavadeiras hidráulicas, motoniveladoras, rolos compactadores, minicarregadeiras e manipuladores telescópicos, apresentaram o volume de 4.359 unidades exportadas, 13,6% inferior ao do mesmo período do ano passado.
Já para máquinas agrícolas, os números das exportações dos primeiros quatro meses do ano registraram uma queda de 34,9%, com apenas 2.077 unidades. Para a ANFAVEA, fatores com os preços das commodities, falta de financiamento e até questões climáticas têm contribuído para esse encolhimento, principalmente para as colheitadeiras, que têm um maior valor agregado.
A ANFAVEA defende que é importante e urgente recuperar as exportações de máquinas rodoviárias e de uso agrícola por meio de uma política consistente de incentivo, com maior inserção na cadeia global, mais acordos comerciais e redução de entraves, tornando nossos produtos mais competitivos.
“Se de um lado as autoridades devem estar atentas a promover nossos produtos de alta tecnologia no exterior, por outro devem estar alertas a empresas que chegam ao país apenas para disputar licitações públicas, com baixo conteúdo nacional, sem garantias e sem rede assistencial estabelecida”, pontuou Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA.
É preciso melhorar a eficiência econômica de todos os elos produtivos da indústria automobilista, seja com a redução de custos, com a monetização de créditos tributários na operação direta e indireta, ou ambos, para ter um resultado melhor nas exportações.
Com inteligência e uso de tecnologia de ponta, é possível ampliar o impulsionamento do aproveitamento dos créditos tributários e proporcionar maior fluidez de caixa.
Vendas no mercado interno
O setor de máquinas rodoviárias fechou o primeiro quadrimestre com volume de 10.834 unidades vendidas no atacado, uma elevação de 12,8% sobre os negócios fechados no mesmo período de 2023.
Para a ANFAVEA, as vendas no atacado refletem as primeiras duas fases do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e algumas licitações públicas realizadas no início do ano, além dos reflexos iniciais dos negócios fechados na feira M&T Expo, realizada em São Paulo, em abril.
As máquinas agrícolas tiveram uma queda nas vendas internas nos primeiros quatro meses do ano. Com 14.615 unidades no varejo, a queda foi de 11,6% quando comparada com o mesmo período do ano passado.
Resultado recorde da Agrishow 2024
Importante feira para o segmento de máquinas rodoviárias e agrícolas, a Agrishow 2024 alcançou o volume recorde de R$ 13,608 bilhões de intenções de negócios, especificamente de máquinas e implementos agrícolas, com um crescimento de 2,4% quando comparada à edição de 2023.
Com aproximadamente 195 mil pessoas, a feira contou com produtores rurais de pequenas, médias e grandes propriedades de todas as regiões do Brasil, bem como do exterior.
Para a organização da feira, ainda que o cenário não fosse o mais favorável para o setor, as expectativas foram superadas, apesar de fatores como o clima, juros altos e falta de recursos controlados. A próxima edição da Agrishow já está marcada e vai acontecer entre 28 de abril e 2 de maio de 2025, em Ribeirão Preto, São Paulo.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex