O protagonismo da exportação automobilística em julho
O primeiro mês do segundo semestre de 2024 trouxe alguns resultados animadores para a indústria automobilística brasileira, sendo um dos principais o fato de julho ter representado o mês protagonista para exportação automobilística, com 39,1 mil unidades embarcadas, 35% a mais que em junho. Um bom sinal de recuperação.
É importante destacar que no acumulado do ano a indústria automobilística nacional exportou um total de 204,4 mil unidades, ainda 21,7% abaixo dos sete primeiros meses do ano passado.
É preciso melhorar a eficiência econômica de todos os elos produtivos da indústria automobilista, seja com a redução de custos, com a monetização de créditos tributários na operação direta e indireta, ou ambos.
Com o impulsionamento do aproveitamento dos créditos tributários, aliado ao uso de tecnologia de ponta, é possível proporcionar fluidez de caixa e deixar os autoveículos produzidos no Brasil provavelmente com preços mais competitivos no mercado internacional.
Para a ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o crescimento nas exportações de junho para julho pode ter sido influenciado pela concentração de embarques e pela entrega de veículos que aguardavam autopeças produzidas no Rio Grande do Sul.
Como bem sabemos, a produção de autoveículos foi interrompida ou teve seu ritmo reduzido pelos reflexos dos alagamentos no Rio Grande do Sul em abril e pelos reflexos em outras regiões do Brasil em razão do elevado número de fornecedores que têm sua operação naquele estado.
Outros números da indústria automobilística em julho
De acordo com o balanço da ANFAVEA, a produção de autoveículos no Brasil foi a melhor desse ano e o melhor resultado mensal desde outubro de 2019. Foram 247 mil unidades produzidas, crescimento de 17% em relação a junho.
No acumulado do ano já temos um total de 1.385 mil unidades, crescimento de 5,3% sobre os primeiros sete meses de 2023. Observa-se que estamos diante de um período de aquecimento do mercado interno que se iniciou em abril e teve julho como protagonista para a exportação automobilística, e a indústria automotiva.
“Foi um volume tão relevante que superou até o mês de julho do ano passado, que havia sido fortemente impulsionado pela MP 1.175 do governo federal, aquela que oferecia descontos para a compra de carros zero quilômetro”, lembrou durante a coletiva de imprensa Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.
Com 242 mil autoveículos emplacados, a média diária de vendas de 10,5 mil unidades foi bem próxima à de 10,7 mil em junho, mas os três dias úteis a mais fizeram com que o volume total de emplacamentos fosse 12,6% superior ao mês anterior e 7% maior do que julho de 2023.
Embora julho tenha sido um mês em que todos os segmentos e modalidades de vendas melhoraram, o varejo subiu mais que as vendas diretas, as compras financiadas aumentaram e os modelos nacionais cresceram mais que os importados.
Por fim, com um crescimento de 43,3% nos emplacamentos de ônibus, segmento que vinha tendo uma produção muito elevada, mas sem o mesmo efeito nas vendas. A alta relevante na produção e nas vendas de ônibus coincide com a realização da LatBus em agosto, a maior feira do segmento de ônibus da América Latina.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex