Com exceção das exportações, a indústria automotiva comemora os bons resultados no número de produção de autoveículos e licenciamentos nos oito primeiros meses do ano, mesmo consideradas as várias paralisações de fabricas, ocorridas principalmente no primeiro semestre, e a falta de componentes, lideradas pelos semicondutores.
Entre os meses de janeiro e agosto, a produção acumulada alcançou a marca de 1,542 milhão de autoveículos. Embora o resultado represente uma queda de 0,4% em relação aos primeiros oito meses de 2022, as montadoras seguem confiantes em fechar o ano com 2,4 milhões de autoveículos produzidos.
Com uma média por quadrimestre abaixo dos 800 mil autoveículos, as marcas associadas à ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores precisam produzir cerca de 900 mil autoveículos para atingir a meta de 2,4 milhões em 2023.
O mês de agosto teve uma participação importante nos resultados do ano e o atingimento dessa meta, com a produção de 227 mil autoveículos. Trata-se do segundo melhor resultado do ano, perdendo apenas para o mês de maio com as 228 mil unidades produzidas. A produção de agosto fica ainda mais em destaque quando comparada com a de julho: uma alta de 24%.
Mas se produção teve um excelente resultado em agosto, os emplacamentos registraram uma queda de 7,9% sobre o mês de julho. Foram 207,7 mil unidades licenciadas em agosto, enquanto em agosto tivemos 225,6 mil unidades de autoveículos emplacados.
Para a ANFAVEA, esse recuo já era esperado em função do fim dos descontos oferecidos pelo governo federal para modelos até R$ 120 mil, tanto que apresentaram uma análise excluindo da conta os modelos subsidiados.
Nessa conta, julho teve 160 mil unidades de autoveículos sem bônus vendidas, ante 205 mil em agosto, o que confirmaria a recuperação do mercado. As vendas acumuladas do ano de 2023 estão em 1,432 milhão de unidades, volume 9,4% superior ao do ano de 2022.
No segmento dos pesados, a produção de caminhões segue afetada pela transição entra as motorizações Euro 5 e a Euro 6. No acumulado do ano, saíram das linhas 63,5 mil unidades, número 37,5% inferior ao observado no mesmo período do ano passado.
As exportações apresentaram alta no mês de agosto, com crescimento de 13,8% sobre o mês de julho. Foram 34,5 mil unidades embarcadas, totalizando 292,1 mil no ano, baixa de 12,8% sobre o mesmo período de 2022.
Cenário da indústria automotiva
Para Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, “além da queda de volumes, o que mais nos preocupa é a perda de participação dos produtos brasileiros nos mercados da América Latina”. De acordo com ele, até 2021 o Brasil era o País que mais exportava para os países vizinhos, mas no ano passado a China tomou a dianteira.
Ainda de acordo com o presidente da ANFAVEA, a indústria automotiva brasileira precisa urgentemente aumentar a competitividade para exportar, com o risco de perder ainda mais terreno em nossos principais destinos, não só para a China, mas para outros países emergentes da Ásia, como Índia, Tailândia e Indonésia.
Sabemos que a indústria já trabalha a busca por benefícios oferecidos pelo governo, mas seria capaz de evoluir deixando de enxergá-los de forma isolada.
A Becomex vem atuando como broker estratégico com mais de 150 fornecedores da cadeia e 23 montadoras para:
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Com essas ações é possível ampliar os resultados positivos com a colaboração em cadeia e aumentar o fluxo de caixa, elemento necessário em períodos de crise.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex