A indústria automotiva iniciou o último bimestre do ano 2023 comemorando os bons resultados no número de vendas de autoveículos no mês de outubro. Em comparação com setembro, o mercado interno cresceu 10,2%, mantendo um ritmo positivo dos últimos meses, e as exportações cresceram 14%, após um longo período de quedas.
As vendas totais de autoveículos foram de 217,8 mil unidades, alta acumulada de 9,7% de janeiro a outubro considerando o mesmo período do ano passado. Foi o segundo melhor mês do ano em emplacamentos, atrás apenas de julho, quando estava em vigor a Medida Provisória do Governo Federal com o desconto patrocinado na compra de veículos sustentáveis.
A média diária em outubro também foi a segunda melhor do ano, com 10,4 mil unidades, número que se aproxima do patamar de antes da pandemia, que girava em torno de 11 mil veículos/dia. O segmento de automóveis foi o que mais cresceu, com 12%.
Esse crescimento teve uma participação importante das locadoras, com uma demanda 29% maior. Dos 206,8 mil automóveis e comerciais leves licenciados em outubro, cerca de 75 mil foram comprados pelas empresas de locação.
As exportações voltaram a crescer. Embora ainda num nível abaixo da média do primeiro semestre de 2023 e dos anos anteriores, os resultados merecem ser comemorados após um setembro que foi o pior mês do ano.
Os embarques de 31,3 mil unidades em outubro representaram alta de 14,0%. Este resultado se deve ao aumento das exportações para o México, que cresceram 21%, e para o Uruguai, com crescimento de 82%, que compensaram a retração para a Argentina, que em outubro tiveram uma redução de 36%.
Estratégias para impulsionar a competitividade da indústria automotiva
Mas no acumulado do ano, este importante indicador está 12,8% abaixo dos primeiros 10 meses do ano anterior, com 354,2 mil unidades embarcadas. É possível melhorar esses números com inteligência estratégia, deixando o produto brasileiro mais competitivo.
A indústria automotiva já trabalha a busca por benefícios oferecidos pelo governo, mas os resultados podem ser ampliados quando são enxergados de forma isolada. A Becomex vem atuando como broker estratégico com mais de 220 fornecedores da cadeia e 23 montadoras, ampliando os resultados positivos, tanto que já contabilizou mais de um bilhão de reais de redução de custos para a indústria automotiva.
Como as vendas e exportações cresceram e os estoques ficaram estáveis, a produção não acompanhou esse movimento. Para a ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, o que explica esse fenômeno é um expressivo aumento nas importações.
Nos 10 primeiros meses do ano, 271,3 mil modelos estrangeiros entraram no País, 57,6 mil a mais que no mesmo período de 2022, um incremento de 27%.
A produção em outubro foi de 199,8 mil autoveículos, 4,4% a menos que em setembro. No acumulado do ano, a indústria totaliza 1.951 mil unidades, 11 mil a menos que em 2022, queda de 0,6%. As maiores quedas são nos segmentos de caminhões, com 37,8%, e ônibus, com 35,2%, por conta de dois principais fatores: 1) a elevação dos custos provocada pelas novas tecnologias obrigatórias de controle de emissões; 2) uma forte antecipação de compras ocorria no final do ano passado.
A boa notícia é que os emplacamentos acumulados de ônibus chegaram a 17,4 mil, mesmo volume do ano passado inteiro. Caminhões cresceram 7,7% em outubro, mas ainda estão 14,9% abaixo no acumulado do ano, na comparação com 2022.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex