O primeiro bimestre de 2024 da indústria automotiva surpreendeu positivamente com crescimentos na produção, vendas e até nas exportações, sinalizando um mercado em aquecimento, de acordo com os resultados divulgados pela ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Mesmo com três dias úteis a menos em relação ao mês de janeiro, os resultados da indústria automotiva brasileira só não foram melhores que o ciclo de investimentos do setor, que pelo segundo mês consecutivo bateu recordes.
Se em janeiro desse ano o volume de investimentos anunciados pelas empresas do setor somou quase R$ 100 bilhões, o primeiro bimestre das associadas da ANFAVEA contemplou um total acima dos R$ 117 bilhões de investimentos ativos desde 2021, sem contar os do setor de autopeças.
Importante destacar que desde o dia 1º de fevereiro as empresas do setor que produzem no Brasil poderão obter créditos financeiros a serem usados para abatimento de quaisquer tributos administrados pela Receita Federal ou até serem ressarcidos em dinheiro.
Para Márcio de Lima Leite, presidente da ANFAVEA, o volume de investimentos anunciados vem batendo seguidos recordes para o setor automotivo, com grande possibilidade de novos anúncios nos próximos meses, em razão das medidas anunciadas pelo poder público, que proporcionam previsibilidade às empresas.
Se considerarmos ainda que é possível conciliar esses investimentos com uma estratégia de negócios integrando toda a cadeia automotiva do país, deixando de enxergar o que é oferecido pelo Governo de forma isolada, o segmento poderá ampliar seus resultados com o aproveitamento dos benefícios tributários disponíveis.
Fevereiro contribuiu para um positivo primeiro bimestre para a indústria automotiva
O primeiro bimestre de 2024 surpreendeu com uma alta de 8,9% sobre o mesmo período de 2023. A produção de 189,7 mil autoveículos superou em 24,3% o volume de janeiro, e em 17,4% o de fevereiro de 2023.
Em fevereiro, com seus três dias úteis a menos, teve uma média diária de 8,7 mil autoveículos vendidos, a melhor para um mês de fevereiro desde 2020, ainda antes da pandemia. Esse resultado foi 18,2% mais alto que a de janeiro.
No total de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, 165,2 mil unidades foram licenciadas, 2,2% a mais que em janeiro e 27,1% acima de fevereiro do ano passado. O acumulado de vendas é 19,8% superior ao dos primeiros dois meses de 2023.
As exportações apresentaram um crescimento de 62,7% em fevereiro, graças à retomada do ritmo de embarques para a maioria dos nossos parceiros comerciais. Embora o acumulado do ano ainda esteja 28% abaixo na comparação com 2023, uma excelente alternativa para ampliar esses resultados é buscar outras formas de reduzir os custos e consequentemente o preço de vendas dos autoveículos, deixando-os mais competitivos no mercado internacional.
Levantamento da Becomex mostra que o segmento usufrui de, em média, 43% dos benefícios concedidos pelo Governo. Com uma colaboração em cadeia pode ser possível alcançar importantes resultados, como a redução de 2% a 5% do custo do produto, por exemplo.
Por fim, no segmento de pesados outra excelente notícia com o aumento na produção de ônibus, que atingiu 3,9 mil unidades no bimestre, elevação de 88% sobre o mesmo período do ano passado, que segundo a ANFAVEA podem crescer ainda mais em razão do ano de eleições municipais e o recorde na liberação de recursos para o programa Caminho da Escola.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex