Com oito paralisações de fábrica e dois cancelamentos de turno, algo semelhante às paradas verificadas no início do ano passado, a indústria automobilística viu a produção de autoveículos no primeiro trimestre de 2023 se manter limitada, diminuindo a empolgação para números iguais ou mesmo superiores dos níveis pré-pandemia.
As vendas acumuladas de autoveículos no primeiro trimestre foram de 472 mil unidades, crescimento de 16,3% sobre o mesmo período do ano passado, de acordo com os números apresentados pela ANFAVEA – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Esse resultado até poderia indicar sinais de recuperação, mas na verdade a base de 2022 é muito baixa, já que faltavam carros nas concessionárias. Além disso a produção acumulada no primeiro trimestre ainda está cerca de 50 mil unidades abaixo dos níveis pré-pandemia, numa defasagem superior a 20%.
No primeiro trimestre de 2023 foram produzidos 536 mil autoveículos, 8% a mais que no início do ano passado, quando a crise dos semicondutores estava no auge. Para veículos pesados, houve redução de cerca de 30% no volume de produção.
Além da falta de componentes, problema que vem acompanhando muitos setores industriais globalmente desde o primeiro semestre de 2020, o mercado tem sofrido com o alto valor dos financiamentos, considerando a atual taxa básica de juros em 13,75% ao ano fixada pelo COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central.
Os preços dos automóveis, que tiveram um aumento significativo nos últimos anos, também pode dificultar a retomada do mercado, mesmo se houver queda nos juros.
Por esse motivo houve um movimento das fabricantes de veículos automotores para que volte a ser produzido modelos “populares”. A iniciativa tem sido discutida com o Governo e o setor acredita que, com incentivos tributários, é possível oferecer um veículo popular com valor pelo menos R$ 10 mil abaixo do praticado atualmente.
As exportações, com seus excelentes resultados durante todo o ano de 2022, tiveram uma média diária de 1.900 unidades, o que indica o cumprimento de contratos com os principais destinos, mas sem grande crescimento de volumes. Na comparação trimestral, as 112,2 mil unidades embarcadas entre janeiro e março representaram crescimento de 3,9% sobre o mesmo período do ano passado.
Os números do primeiro bimestre do setor de máquinas mostram que as agrícolas tiveram 7.938 unidades vendidas, queda de 15,9%, enquanto as rodoviárias apresentaram recuo de 7,2%, com vendas de 4.531 unidades.
Atuando como broker estratégico, com mais de 200 fornecedores da cadeia e 22 montadoras, a Becomex vem ampliando os resultados positivos da indústria automobilística, setor tão importante para a economia do Brasil.
E é possível ir além, pois com uma colaboração em cadeia é possível alcançar significativos resultados, como 85% de aproveitamento dos benefícios tributários disponíveis, diminuição de 2% a 5% do preço do produto, sendo essa redução em grande parte proveniente do imposto de importação e o aumento do fluxo de caixa.
Marcos Gonzalez – diretor responsável pelo segmento automotivo da Becomex